O lado jurídico do freelancing: contratos e propriedade intelectual
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O lado jurídico do freelancing: contratos e propriedade intelectual

Sarah Johnson

Thiago - DevHunt

Autor

Trabalhar como Freelancer exige mais do que talento: é preciso se proteger legalmente. Veja como um modelo de contrato para Freelancer pode evitar dores de cabeça e garantir seus direitos.

Se tem uma coisa que todo freelancer precisa aprender é a cuidar da parte jurídica do seu trabalho. Mesmo quem trabalha de forma criativa ou com projetos mais soltos precisa de um mínimo de proteção.

E sim, isso passa por duas palavrinhas que muita gente torce o nariz, mas que fazem toda a diferença para quem trabalha por conta: contratos e propriedade intelectual.

Neste artigo, você vai ver por que ter um modelo de contrato claro é tão importante, como proteger suas ideias e criações, e o que observar antes de aceitar qualquer projeto.


Por que contratos importam (e muito)

Começar no “confia que eu entrego” é comum. Mas chega uma hora que a gente entende: sem contrato, o risco é todo seu.

Atraso de pagamento, exigências que não estavam combinadas, uso indevido do seu trabalho... tudo isso pode acontecer quando não tem um acordo formalizado.

Um modelo de contrato para freelancer ajuda a deixar tudo claro: o que vai ser feito, quanto vai ser cobrado, quais os prazos, como funciona o pagamento, e até o que acontece se alguém desistir no meio do caminho.

Não é sobre desconfiar do cliente, é sobre garantir que os dois lados saibam exatamente o que esperar.


O que não pode faltar em um bom contrato

Para não ficar perdido, confira alguns pontos que todo modelo de contrato para freelancer precisa ter:

·      Escopo do trabalho: o que exatamente você vai entregar? É texto, vídeo, design, consultoria? Detalhar evita confusão;

·      Prazos: tanto de entrega quanto de revisão e pagamento;

·      Valor e forma de pagamento: quanto custa, como será pago (à vista, parcelado, por boleto, Pix, etc.);

·      Revisões: quantas estão incluídas no valor combinado;

·      Direitos autorais: quem fica com o direito de uso daquilo que foi criado?

·      Rescisão: o que acontece se uma das partes quiser encerrar o contrato antes do fim?


E sobre a tal da propriedade intelectual?

Esse é um termo que parece mais complicado do que é. Basicamente, propriedade intelectual é o direito que você tem sobre aquilo que cria: um texto, uma imagem, uma arte, um código.

Quando você faz algo original, automaticamente tem direito sobre aquilo. Mas nem sempre isso é tão simples. Por isso, um modelo de contrato para freelancer também precisa deixar claro quem é o dono da criação.

Às vezes, o cliente compra só o direito de uso — ou seja, pode usar o conteúdo, mas não é o dono dele. Em outros casos, o cliente compra tudo, inclusive os direitos autorais. Depende do combinado. E, claro, isso tem que estar no papel.


O perigo de não formalizar nada

Sabe aquele ditado “quem não deve, não teme”? No mundo do freelancing, o certo seria “quem não assina, se complica”. Trabalhar sem contrato abre margem para problemas que podem acabar te dando muita dor de cabeça. E não é exagero.

Já teve muito caso de freelancer que fez um projeto inteiro, entregou direitinho, e o cliente simplesmente sumiu. Sem contrato, é difícil até cobrar judicialmente.

Também tem situações em que o cliente usa seu trabalho de forma que não foi combinada: muda sua arte, revende seu conteúdo, ou até assina como se fosse dele. Aí complica mais ainda.

Por isso, o modelo de contrato para freelancer é o seu escudo. Ele pode parecer formal demais no começo, mas é o que vai te salvar de situações assim.


Como criar um contrato simples e funcional

Você não precisa ser advogado para montar um bom contrato. Hoje em dia, existem várias plataformas que oferecem modelos prontos.

Você não precisa virar advogado nem decorar termos complicados. O contrato é só uma forma de deixar claro o que foi combinado entre você e o cliente. E dá sim para adaptar ao seu tipo de trabalho.

O mais importante é revisar tudo com atenção e, se possível, contar com a ajuda de alguém da área jurídica pelo menos na primeira vez.

Depois disso, tudo fica mais fácil. Tem ferramentas como DocuSign, Clicksign e Adobe Acrobat que permitem assinar o contrato online, com validade legal. Prático, profissional e seguro — tanto para você quanto para o cliente.


Plataformas que já incluem contratos

Se você trabalha por sites como Workana, 99Freelas ou Upwork, já deve ter visto que essas plataformas incluem contratos automáticos entre cliente e profissional.

Eles são bons porque te dão uma proteção mínima, mas não substituem o seu próprio modelo de contrato para freelancer, principalmente em projetos maiores ou mais personalizados.

Esses contratos padrão costumam ser bem genéricos, então, se você quiser garantir uma proteção maior (e evitar surpresas), vale muito a pena enviar o seu documento mesmo assim.


Direitos autorais e uso comercial

Outro ponto que muita gente esquece de abordar no contrato é o uso comercial daquilo que foi criado. Um texto pode ser usado apenas em um Blog pessoal ou virar parte de uma campanha nacional. O valor muda, e o direito de uso também.

Por isso, mais uma vez, o modelo de contrato para freelancer deve dizer claramente:

·      quem tem o direito de usar a criação;

·      em quais formatos e canais ela pode ser usada;

·      se o uso é exclusivo ou não;

·      se o cliente pode editar, revender ou republicar aquilo.


Quando isso não fica claro, é você quem sai no prejuízo. Então, é melhor prevenir.


E se o cliente se recusar a assinar?

Se o cliente não quiser assinar um contrato, já acende um sinal de alerta. Claro que pode ser por desconhecimento ou insegurança, mas se a pessoa não está disposta a formalizar algo básico, talvez seja melhor repensar se vale a pena mesmo fechar com ela.

Você pode explicar de forma tranquila que o modelo de contrato para freelancer é uma forma de proteger os dois lados. Mostra que você trabalha de forma profissional e evita mal-entendidos.

Às vezes, só de mostrar boa vontade para adaptar o texto, o cliente já muda de ideia.


E para quem é MEI ou tem CNPJ?

Se você já tem um CNPJ como MEI, por exemplo, o contrato continua sendo importante. Aliás, abrir um CNPJ pode até facilitar. Você consegue emitir nota, fechar com empresas maiores e manter a parte financeira mais organizada.

Isso também passa mais confiança pro cliente.

O seu modelo de contrato para freelancer pode incluir o CNPJ, endereço comercial, e outras informações da empresa. Isso mostra organização e, muitas vezes, até abre portas para pegar trabalhos maiores com empresas que só contratam formalmente.


Conclusão

Um profissional de verdade se liga também nas questões jurídicas. Ter contrato, proteger suas criações e conhecer seus direitos mostra que você leva seu trabalho a sério.

E, no fim das contas, isso também ajuda a construir sua reputação. Quando o cliente percebe que você trabalha com clareza, responsabilidade e transparência, as chances de fechar (e manter) bons trabalhos só aumentam.

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